luz....

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sábado, 28 de maio de 2011

Reverso



Não queira conhecer o mais cruel de todos os formatos
Não me coloque ao desafio
Nem me destrua com inutilidades
E muito menos com enleios velhos, sujos e comuns
Convide-me ao combate, para a guerra, para a morte
Me convide com cartão vermelho de sangue para a disputa com sangue!
Mas não ridicularize minha inteligência com artifícios infantis, tolos, todos bobos, comuns...
Nem com mágoas de tão vãs, que se aviltam pela simples condição

Não queira menosprezar o todo “eu”
Despreze e menospreze o meu amor
Mas não minha alma, meu corpo, meu universo
Recolho-me nas mãos de Desdemona, me enleio nos cabelos de Antígona
Recubro-me com a força de Morgana e me afianço com a crueldade de Medeia...

Então assim me conhecerás
Conhecerás a face mais verdadeira
De uma serpente
Nascida ao bote
Corrida ao veneno
Disputada pela morte
Não aches!
Não procures!
Não te preocupes!
Deixe tudo para mim...

Se fores assim que deseja
Se for desta forma que consegues chamar minha atenção
E ou então colocar-me ao desafio
Fechado, acordado, aceito!

Não chores ao final de arrependimento
Chores de raiva, de dor, de amargura, de morte, de ódio
Chores de choro calcado, sofrido, amargurado, seco arrependimento.

Eu cá mais estou machucado
Humilhado, desacreditado
Oh quão canalha fui para comigo mesmo
Tão idiota, macambúzio, amorfo, apático

Tão triste é o reverso desta moeda Judas de prata
Que é o amor
Que quando se torna desamor, tem gosto, vicioso de raiva, de sortes desvalidas
De trilhas perdidas, de planos arquitetados e pequenos maquiavélicos
Como eu sempre pedi, por ti a Deus, e sempre disse:
“Cuida-te!”
Agora eu volto e repito e peço pela boca de todos os demônios:
“Cuida-te!”
Porque eu cuidarei...

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Conclusão




Faz tanto tempo que não vejo você
Faz tanto tempo que nada escrevo relato, denuncio, me exponho sobre você,
Que faltam palavras faltam coragens, faltam sentidos
Levaste todos eles
Não sinto gosto na boca para dizer coisas,
Queria fazer poesia,
Mas dói a ausência,
Dói saber que os laços romperam-se
E romperam-se para sempre,

Já brigamos, discutimos
Indiretamente nos acusamos
Senti ciúmes
Fiz ciúmes
Fez para mim...

Chorei
Ah como chorei!
Cansei
As lágrimas secaram
Ficou um gosto seco
De terra seca
De seco sem dó

Consegui ver todos os teus defeitos
Reconheci todos eles, e aplaudi
Contei para todos o que você é...
Como você realmente é!
Para me limpar, para me banir
Para me vingar
Para deixar de ser cúmplice
Para deixar claro

Prá que tudo isto¿
Se quando vejo uma simples camisa tua no corpo de um amigo qualquer
Um chaveiro, um simples isqueiro que me lembre teu sorriso,
Desmorono-me, me ridicularizo em paixão novamente

Levei hoje uma bofetada na cara
Recebi numa discussão sobre amor
Um simples
“Você não entende nada de amor, porque você não o tem”
Como isto me machucou;
Calou-me a boca cegou os sentidos
Fiquei com vergonha
Chorei sem lagrima
Engoli raiva e orgulho e aflorou a decepção
E me deu suas mãos como amparo; a solidão...

Voltei com medo
Com fobia, cheio de nãos
Para a tela do computador
Roubei as teclas como meu jogo de lápis
E fiz da tela branca de um computador
Meu caderno de rotinas
Mais uma confissão...
Quis fugir do que sinto por você...

Mas que pena
Que lástima não tenho força para tanto
Não tenho força para dizer nada
Nem força para levantar meus olhos e ver você,
Ando fraco, ando sem estrada, ando sem meus pés
Ando sem você.

E você claramente anda sem mim
É o que mais me dói...

quarta-feira, 4 de maio de 2011