luz....

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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Hoje eu vi você



Nos devaneios de minhas corridas, no frisson;
O dia-a-dia, no corre-corre.
De motores, motos, carros, ruas...
Paro assim sem nada a zelar sem nada a pensar e fico contemplando uma placa de uma loja qualquer de uma rua assim toda qualquer...
Olhos para cima puxam meus músculos do pescoço, ergo a cabeça, vejo aquele letreiro e penso,
Puxa que feio, que sem graça, que chulo, chinelo.
Poderia ser melhor, na exaustão do calor vejo o céu, o Sol penitenciando minha pele,
Olho para frente e vejo você na porta daquela loja,
Embaixo daquela placa, naquela rua que não era mais uma rua qualquer, muito menos a loja era tão qualquer.
Agora via você num umbral num arco divino, de cores mil, de belezas mil.
Oh, que vergonha.
Que sem graça fiquei.
Não sabia nem como reagir, são aqueles famosos três segundos que ninguém quer passar...
Oh que tempo de eternidade, que angústia, que dor ter que olhar você frente a frente, cara a cara e dizer o quê?
Dizer que sinto saudades, que te amo, repetir isto mil anos, mil vezes, todas às vezes. Não!
Agora tenho medo! Já me expus demais, já disse demais, já recitei demais,
Há coisas que jamais devem ser ditas, porque no passado foram expostas e agora são denúncias de minhas fraquezas, você é minha fraqueza a denúncia viva do meu próprio mal, do meu amor... Que é o meu próprio mal.
Mas você ainda ali naquela porta, a placa, a rua, gente inconsciente do meu medo, da minha revolta da minha dor, e os três segundos correndo como horas a fio...
O que dizer que não demos a importância para nós, para o que aconteceu em nós, para as amizades, a delícias os carinhos, a dores, os risos juntos; os choros velados unidos, que não demos a importância para a toda a importância...
O que dizer?
Você disse... Oi!
Sorriu me olhou no fundo de meus olhos, todo lindo você, eu nu, fiquei como se um vento de bomba nuclear varresse e dissipasse desintegrasse tudo na sua volta.
Nú! Assim nú, esperando você!
Olhei balbuciei, “oi”, corri como fera meus olhos pela tua roupa teu uniforme, tuas feições, vi teu rosto forte como de um menino homem forte, e fugi, corri, LIGUEI A IGNIÇÃO E CORRI...
Na corrida lembrei-me de tudo, dos abraços, dos sorrisos, dos beijos, do teu corpo, lembrei-me de nós, do que separou nós,
E tingiu minha face de lágrima, que há tempos tinha secado, porque achei que as feridas tinham se fechado, nunca fecham...
Não olhei para traz, não tive coragem, culpei a Deus e disse que ele sabe o que faz,
Não!
Não!
Não sabe, nem eu sei, nem ninguém sabe...
Queria que você soubesse...

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